sexta-feira, 18 de março de 2011

Oscar

Eu deveria receber um prémio por este papel.

Aguento, aguento, aguento. Até quando? Bela pergunta. Gostaria que me dissessem, para eu dormir até lá. Não quero conviver com esse tempo. Esse tempo que se arrasta, esse tempo que sufoca, tempo que magoa. Sim, o tempo magoa. E é bruto. Não daquele bruto que deixa nódoas negras, não. Deixa marcas cá dentro. Deixa marcas na mioleira, deixa marcas no coração, no sangue que nos corre nas veias. Eu sou o reflexo do tempo que não passa. Eu sou o reflexo da estagnação. Estou estagnada. Sou estagnada. E então? Alguém se preocupa? Alguém nota? Não. Mas não faz mal. Quem vive preocupado, pensa no futuro, no que pode acontecer. Eu não, sou estagnada (lembram-se?). Não me ralo.

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