quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
And so it hits me.
Certas coisas que me tiram do sério: pessoas parvas. E tudo o que as envolva. São essas as coisas que me tiram do sério.
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
M.A.
"De todo o amor que eu tenho
Metade foi tu que me deu
Salvando minh'alma da vida
Sorrindo e fazendo o meu eu
Se queres partir ir embora
Me olha da onde estiver
Que eu vou te mostrar que eu to pronta
Me colha madura do pé
Salve, salve essa nega
Que axé ela tem
Te carrego no colo e te dou minha mão
Minha vida depende só do teu encanto
Cila pode ir tranquila
Teu rebanho tá pronto
Teu olho que brilha e não para
Tuas mãos de fazer tudo e até
A vida que chamo de minha
Neguinha, te encontro na fé
Me mostre um caminho agora
Um jeito de estar sem você
O apego não quer ir embora
Diaxo, ele tem que querer
Ó meu pai do céu, limpe tudo aí
Vai chegar a rainha
Precisando dormir
Quando ela chegar
Tu me faça um favor
Dê um banto a ela, que ela me benze aonde eu for
O fardo pesado que levas
Desagua na força que tens
Teu lar é no reino divino
Limpinho cheirando alecrim"
Metade foi tu que me deu
Salvando minh'alma da vida
Sorrindo e fazendo o meu eu
Se queres partir ir embora
Me olha da onde estiver
Que eu vou te mostrar que eu to pronta
Me colha madura do pé
Salve, salve essa nega
Que axé ela tem
Te carrego no colo e te dou minha mão
Minha vida depende só do teu encanto
Cila pode ir tranquila
Teu rebanho tá pronto
Teu olho que brilha e não para
Tuas mãos de fazer tudo e até
A vida que chamo de minha
Neguinha, te encontro na fé
Me mostre um caminho agora
Um jeito de estar sem você
O apego não quer ir embora
Diaxo, ele tem que querer
Ó meu pai do céu, limpe tudo aí
Vai chegar a rainha
Precisando dormir
Quando ela chegar
Tu me faça um favor
Dê um banto a ela, que ela me benze aonde eu for
O fardo pesado que levas
Desagua na força que tens
Teu lar é no reino divino
Limpinho cheirando alecrim"
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
somewhere
Custa sempre. Custa sempre abrir os olhos e entrar numa realidade onde não está. Sei que continua comigo, mas agora é diferente. E ainda não sei como funcionar assim. Ainda não me habituei, tia. Mas sei que já esteve comigo. Em Praga, lembra-se? Reconfortou-me taaaaaaaaaaaaaaanto. Eu sei que sabe.
E adiante, esta musiquinha é para si, sei que gosta muito.
quarta-feira, 29 de junho de 2011
terça-feira, 24 de maio de 2011
Good friends lost
Hoje de manhã, ao acordar e ao perceber que estava atrasada, ao levantar-me com tanta pressa que fiquei com tonturas o resto da manhã, nessa manhã, na manhã de hoje, ninguém iria adivinhar. Não era possível saber, de todo. Nunca diria que havia de ser dos meus melhores dias nos últimos tempos. Let's get together and feel alright...
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Every little thing is gonna be alright
11 de Maio 1981 - 11 de Maio de 2011. Faz hoje 30 anos desde a morte de Bob Marley. Deixo aqui o meu respeito por toda a obra e todo o legado que nos deixou. Esteja onde estiver, que tenha a crença de que tornou este Mundo num sítio melhor.
Passagem do dia
Hoje, a certa altura desta noite em que já todos se foram deitar, sinto um bom cansaço, alguns músculos doridos, o computador a aquecer as pernas, ouvir boa música. Neste momento não pediria mais nada. Estou em plena paz.
domingo, 8 de maio de 2011
Barrow-On-Furness
"Sou vil, sou reles, como toda a gente,
Não tenho ideais, mas não os tem ninguém.
Quem diz que os tem é como eu, mas mente.
Quem diz que busca é porque não os tem.
É com a imaginação que eu amo o bem.
Meu baixo ser porém não mo consente.
Passo, fantasma do meu ser presente,
Ébrio, por intervalos, de um Além.
Como todos não creio no que creio.
Talvez possa morrer por esse ideal.
Mas, enquanto não morro, falo e leio.
Justificar-me? Sou quem todos são...
Modificar-me? Para meu igual?...
- Acaba lá com isso, ó coração!"
Álvaro de Campos
Não tenho ideais, mas não os tem ninguém.
Quem diz que os tem é como eu, mas mente.
Quem diz que busca é porque não os tem.
É com a imaginação que eu amo o bem.
Meu baixo ser porém não mo consente.
Passo, fantasma do meu ser presente,
Ébrio, por intervalos, de um Além.
Como todos não creio no que creio.
Talvez possa morrer por esse ideal.
Mas, enquanto não morro, falo e leio.
Justificar-me? Sou quem todos são...
Modificar-me? Para meu igual?...
- Acaba lá com isso, ó coração!"
Álvaro de Campos
terça-feira, 26 de abril de 2011
Num mundo em que homens criam inteligência artificial que poderá superar a humana, uma inteligência artificial na qual não existe o verbo "sentir"..., nesse mundo haverá lugar para a Arte? No dia em que deixar de existir arte, a humanidade acaba. Poderão começar as máquinas, ou talvez comece uma nova espécie. Mas o ser humano, tal como o conhecemos (conhecemos?) acabará.
A maioria das pessoas não se apercebe mas a arte está em todo o lado. Capta-nos o olhar por um segundo, e mesmo que seja para o desviar logo de seguida, aquele segundo foi de admiração; pode prender-nos a audição de tal maneira a ser impossível fazer algo mais além de preencher aquele momento. Por isso penso que sem essas especialidades, esses sentimentos, por vezes avassaladores, , a nossa espécie muda radicalmente. O ser humano precisa disso, nós precisamos de algo que nos toque, que mexa na nossa rotina, que mexa na nossa ordinariedade.
A maioria das pessoas não se apercebe mas a arte está em todo o lado. Capta-nos o olhar por um segundo, e mesmo que seja para o desviar logo de seguida, aquele segundo foi de admiração; pode prender-nos a audição de tal maneira a ser impossível fazer algo mais além de preencher aquele momento. Por isso penso que sem essas especialidades, esses sentimentos, por vezes avassaladores, , a nossa espécie muda radicalmente. O ser humano precisa disso, nós precisamos de algo que nos toque, que mexa na nossa rotina, que mexa na nossa ordinariedade.
quarta-feira, 20 de abril de 2011
Tudo
Desde pequenos que nos habituam a pensar no que queremos ser quando formos grandes. Todos os meninos ficam entusiasmados a pensar no futuro que terão como cientistas, astronautas, futebolistas, o que quer que desejem ser. Mas isso não levará a uma perspectiva de vida extremamente limitadora? Eu sei o que quero ser quando for grande, e tenho o meu caminho traçado para cumprir esse objectivo. Mas há tanta coisa que eu quero fazer, tantos mais objectivos para concretizar. Mas o que é certo é que o meu pensamento está moldado para pensar numa vida em que uma só carreira ocupa todo o espaço existente. Não há tempo para viagens, voluntariado. Conhecimento. Deve ser essa a meta imposta ou proposta aos meninos. Conhecimento. Mais e mais, conhecer, absorver, ler, todos os termos equivalentes e mais alguns. Eu sinto-me com essa sede, essa vontade de absorver tudo o que me rodeia, não deixar escapar nada. Nada.
terça-feira, 19 de abril de 2011
Jovenes
A volta é sempre terrível. O retorno ao mundo real, a falta de contacto com as novas pessoas, os "brinquedos" novos. Sim, é o que são. Não nos conhecem, não os conhecemos, mas adoramo-los, como se fossem isso mesmo, brinquedos novos. E a realidade sem eles parece-nos sem graça, sem aquele brilho próprio. Será sensato? Para os amigos que ficaram, o tempo passa a correr. Para os que foram, passou-se uma eternidade. Uma semana? Pois sim. Vivemos aqueles momentos com tamanha intensidade... Eu sei, eu vivi. Partiram-me o coração, para alguém mo voltar a acalorar de novo. Ri; não chorei, mas estive lá quase. Amizades foram reforçadas, amizades foram feitas. Música foi feita. Mas... toda e qualquer palavra que use não poderá definir nem de perto os sentimentos que nos dominaram, e penso que posso dizer que esses foram bastante semelhantes entre cada um de nós. Passados cinco anos, parece que tudo está diferente; mas na verdade, nada mudou.
Sensemayá
Nicolás Guillén
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Elegia
Estou em casa. Aqui, onde recolhi as memórias que, hoje, me preenchem a cabeça. Estou em casa e vejo outro sítio. Estou em casa e não vejo pessoas familiares. Estou em casa e vejo pessoas a manipular outras, estou em casa e vejo pessoas a quererem ser mais que outras, estou em casa e vejo pessoas a mandarem noutras, estou em casa e ninguém é quem diz ser, estou em casa e tudo me soa a falso, estou em casa e não vejo verdade. E quero uma explicação? Eu tenho-a. Os tempos mudam, dizem eles. E eu concordo. Sim, os tempos mudam, mas eu continuo aqui. O meu tempo não mudou. Mas o Tempo mudou. E eu continuo no antigo tempo. Esse tempo, esse longínquo tempo em que eu tinha os meus verdadeiros companheiros comigo, a meu lado, éramos todos iguais. E de vez em quando eu esforço-me por relembrar esse tempo. Mas esse esforço custa. Não é irónico termos de nos esforçar para voltar a sentir aquele tão precioso silêncio da sala de convívio à noite, aquele constante ambiente de liberdade, de simplicidade? Não é possível explicar o antigo tempo a quem não o viveu. Por muito que me tente adaptar, não consigo. Não consigo! As coisas mudaram, ficaram terríveis! Novas pessoas vieram que não conhecem a minha casa. Não conhecem por muito que digam que sim. Não conhecem.
sábado, 2 de abril de 2011
quarta-feira, 30 de março de 2011
Vozes
Preciso de desligar as vozes dentro da minha cabeça. Dizem-me isto, dizem-me aquilo, tanta coisa, tantas palavras. E são-me dirigidas com tal veemência! Eu não as percebo todas. As construções que fazem com as tais palavras, algumas não as percebo. Farão sentido de onde vêm, mas não para mim, que as 'ouço'. Que me deixem com as minhas construções. Que construam quando tal lhes for requisitado. Peço, apelo, rogo, que me deixem. Não percebo. Que me deixem!
sábado, 26 de março de 2011
Ilusão II
Quando a imaginação não pede, quando essa rara criatura se solta, sem rédeas, vejo. Devaneio, devaneando.
terça-feira, 22 de março de 2011
Alta definição
When you were here before, couldn’t look you in the eyes. Chão. Nada mais que chão. I wish I was special, you are special. Pessoas que passam por mim e olham, porque eu choro. But I’m a creep. «Uma facada no coração». I’m a weirdo. Que foi? Tu não percebes. Ninguém percebe. She’s running out. Run, run, run, corre…
domingo, 20 de março de 2011
A Confissão Final
"Os anos se passaram, meu caro Manuel Valadares. Hoje tenho quarenta e oito anos e às vezes na minha saudade eu tenho impressão que continuo criança. Que você a qualquer momento vai me aparecer trazendo figurinhas de artista de cinema ou mais bolas de gude. Foi você, quem me ensinou a ternura da vida, meu Portuga querido. Hoje sou eu que tento distribuir as bolas e as figurinhas, porque a vida sem ternura não é lá grande coisa. Às vezes sou feliz na minha ternura, às vezes me engano, o que é mais comum.
Naquele tempo. No tempo de nosso tempo, eu não sabia que muitos anos antes, um Príncipe Idiota ajoelhado diante de um altar perguntava aos ícones, com os olhos cheios d'água:
"POR QUE CONTAM COISAS ÀS CRIANCINHAS?"
A verdade, meu querido Portuga, é que a mim contaram as coisas muito cedo.
Adeus!"
Naquele tempo. No tempo de nosso tempo, eu não sabia que muitos anos antes, um Príncipe Idiota ajoelhado diante de um altar perguntava aos ícones, com os olhos cheios d'água:
"POR QUE CONTAM COISAS ÀS CRIANCINHAS?"
A verdade, meu querido Portuga, é que a mim contaram as coisas muito cedo.
Adeus!"
Meu Pé de Laranja Lima, José Mauro de Vasconcelos
sexta-feira, 18 de março de 2011
Oscar
Eu deveria receber um prémio por este papel.
Aguento, aguento, aguento. Até quando? Bela pergunta. Gostaria que me dissessem, para eu dormir até lá. Não quero conviver com esse tempo. Esse tempo que se arrasta, esse tempo que sufoca, tempo que magoa. Sim, o tempo magoa. E é bruto. Não daquele bruto que deixa nódoas negras, não. Deixa marcas cá dentro. Deixa marcas na mioleira, deixa marcas no coração, no sangue que nos corre nas veias. Eu sou o reflexo do tempo que não passa. Eu sou o reflexo da estagnação. Estou estagnada. Sou estagnada. E então? Alguém se preocupa? Alguém nota? Não. Mas não faz mal. Quem vive preocupado, pensa no futuro, no que pode acontecer. Eu não, sou estagnada (lembram-se?). Não me ralo.
Aguento, aguento, aguento. Até quando? Bela pergunta. Gostaria que me dissessem, para eu dormir até lá. Não quero conviver com esse tempo. Esse tempo que se arrasta, esse tempo que sufoca, tempo que magoa. Sim, o tempo magoa. E é bruto. Não daquele bruto que deixa nódoas negras, não. Deixa marcas cá dentro. Deixa marcas na mioleira, deixa marcas no coração, no sangue que nos corre nas veias. Eu sou o reflexo do tempo que não passa. Eu sou o reflexo da estagnação. Estou estagnada. Sou estagnada. E então? Alguém se preocupa? Alguém nota? Não. Mas não faz mal. Quem vive preocupado, pensa no futuro, no que pode acontecer. Eu não, sou estagnada (lembram-se?). Não me ralo.
quinta-feira, 10 de março de 2011
Off
Sinto-me passiva. Sinto-me insignificante. Sinto que estou em stand-by, à espera que a minha vida comece realmente. ACORDA!!! Havias de morrer amanhã para aprender.
terça-feira, 1 de março de 2011
Invisibilidade
Vivo presa no conceito de uma existência vista por todos, que todos percebem, de uma existência com a qual todos contactam, mas que no entanto passa despercebida, na medida em que não é encarada na sua essência. Existe, mas não existe de verdade, porque aos olhos do outro não é o que é. Vivo, existo, mas eles não me vêem. Porquê? Porquê...?
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Silêncio
"Este livro, passa um dedo pela página, sente o papel
como se sentisses a pele do meu corpo, o meu rosto.
este livro tem palavras, esquece as palavras por
momentos. o que temos para dizer não pode ser dito.
sente o peso deste livro. O peso da minha mão sobre a tua.
damos as mãos quando seguras este livro.
não me perguntes quem sou. Não me perguntes nada.
eu sei responder a todas as perguntas do mundo.
pousa os lábios sobre a página. Pousa os lábios sobre o papel.
devagar, muito devagar. Vamos beijar-nos."
como se sentisses a pele do meu corpo, o meu rosto.
este livro tem palavras, esquece as palavras por
momentos. o que temos para dizer não pode ser dito.
sente o peso deste livro. O peso da minha mão sobre a tua.
damos as mãos quando seguras este livro.
não me perguntes quem sou. Não me perguntes nada.
eu sei responder a todas as perguntas do mundo.
pousa os lábios sobre a página. Pousa os lábios sobre o papel.
devagar, muito devagar. Vamos beijar-nos."
A Casa, a Escuridão - José Luís Peixoto
Música
“Estavam a tocar a Sonata Kreutzer, de Beethoven. Conhece o primeiro presto? Conhece? – exclamou. – Ooh!... Esta sonata é uma coisa terrível. Precisamente esta parte. E a música em geral. O que é isso? Não compreendo. O que é a música? O que é que ela nos faz? E porque é que faz o que faz? Dizem que a música provoca um efeito sublime na alma… Mentira, absurdo! Provoca um efeito, um efeito terrível (estou a falar de mim), mas não sublime. Não age na alma de modo sublime nem humilhante, mas de modo excitante. Como lhe hei-de explicar? A música faz-me esquecer de mim próprio, da minha verdadeira situação, transporta-me para outro espaço qualquer que não é o meu: a música parece que me faz sentir o que na verdade não sinto, que me faz compreender o que não compreendo, parece que, com a música, posso fazer o que na verdade não posso. Explico-o assim: o efeito da música é como o do bocejo ou do riso; não tenho sono mas bocejo quando olho para alguém a bocejar; não tenho motivos de riso mas rio quando ouço alguém a rir-se.
A música transfere-me de imediato para o estado de espírito do músico quando a compôs. Fundo-me na alma dele e, juntamente com ele, transporto-me de um estado para o outro, mas não sei por que o faço. O homem que compões, digamos, esta Sonata de Kreutzer, Beethoven, sabia o porquê desse seu estado, um estado que o levou a praticar determinados actos, logo um estado que tinha sentido para ele mas que, para mim, não tem qualquer sentido. Por isso, a música apenas excita, mas não determina. Bom, se tocam uma marcha militar, os soldados marcham, a música aqui determina alguma coisa; se tocam uma dança, dançamos, e tudo está definido; cantam uma missa, comungamos, também está definido. Mas aqui apenas há a excitação, e não se torna claro o que devemos fazer neste estado de excitação. Por isso a música é tão assustadora, por isso causa tantas vezes um efeito pavoroso.”
A Sonata de Kreutzer, Lev Tolstói (1889)
Domingo
Domingo à tarde. Deitada no sofá com o computador no colo. Lá fora uma chuva torrencial corta o silêncio instalado na sala. Momento ideal para recomeçar o encontro diário com Saramago. Vou-me desligar daqui. Outras matérias me aguardam.
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